domingo, 26 de maio de 2013

A Gazeta - Dinheiro - Salários de até R$ 10 mil em polos de tecnologia


26/05/2013 - 10h11 - Atualizado em 26/05/2013 - 16h29

Salários de até R$ 10 mil em polos de tecnologia

Parque Tecnológico Metropolitano de Vitória será em Goiabeiras e terá média salarial de R$ 10,8 mil quando começar a funcionar em 2015


Abdo Filho | afilho@redegazeta.com.br

Depois de 22 anos de muitas idas, vindas e promessas, o Parque Tecnológico Metropolitano de Vitória, projetado para uma área de 332 mil metros quadrados em Goiabeiras, enfim sairá do papel. Capitaneado pela Companhia de Desenvolvimento de Vitória (empresa pública controlada pela Prefeitura de Vitória que tem como objetivo pensar o futuro da cidade), o projeto já conta com R$ 49 milhões em caixa – R$ 30 milhões do governo do Estado, R$ 10 milhões do município e R$ 9 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia – para que o pontapé inicial seja dado.

A começar pela área de 332 mil metros quadrados dentro de Vitória, os números do complexo – que visa receber apenas escritórios, laboratórios e centros de inovação e pesquisa de empresas com muita tecnologia empregada – são vultosos. Pelas contas da CDV, no primeiro ano de funcionamento (2015), a média salarial dos trabalhadores lotados no Parque será de R$ 10,8 mil. No 20º ano, deverão ser 16 mil trabalhadores lá dentro. As empresas instaladas no parque, neste mesmo ano, deverão faturar R$ 19,97 bilhões.

“Vitória não tem área para grandes indústrias nem para agropecuária. Nosso porto está no limite e perderá movimento com a chegada de novas instalações. Temos de ter uma alternativa para Vitória e os números do Parque Tecnológico mostram que ele pode vir a ser essa saída. Num espaço de 330 mil metros quadrados desenvolveremos alta tecnologia, produtos de muito valor agregado e atrairemos pessoas de alta renda para a cidade. Em 2035, o município arrecadará R$ 291,35 milhões dentro do Parque”, argumentou o presidente da CDV, André Gomyde.

A expectativa é de que as obras do Centro de Inovação, primeira etapa do Parque, comecem em novembro deste ano e sejam entregues em meados de 2015. O projeto arquitetônico está pronto e o executivo está em curso. É pelo prédio de 9 mil metros quadrados de área construída, que abrigará, entre outras coisas, incubadoras e órgãos de financiamento, que o Parque Tecnológico vai começar. A ideia é que o Centro de Inovação funcione como um vetor na atração de empresas.

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“O Parque é formado por três grandes glebas. Esta onde ficará o Centro será reservada para a instalação de empresas. Vale destacar que não teremos chão de fábrica no Parque, não temos espaço. Queremos escritórios para o desenvolvimento de ideias, a área será toda voltada para a inovação. A indústria tradicional que porventura vier por conta do Parque poderá ir para os demais municípios da Região Metropolitana”, assinalou Gomyde.

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Expansão

Os outros dois setores que compõem o Parque Tecnológico estão reservados para expansões futuras e laboratórios. Esta última, de 80 mil metros quadrados, cedida pela União no ano passado, foi, em grande parte, responsável pelo atraso na implementação do complexo. “A discussão foi longa, mas a União já publicou portaria cedendo a área ao município por 40 anos renováveis por outros 40. A única condição é de que não sejam instalados no terreno empreendimentos com fins lucrativos, por isso, a área será reservada para laboratórios. Ufes, Ifes e Fucape já demonstraram interesse”, adiantou Gomyde.

A área de expansão será utilizada conforme o Parque for sendo demandado, o que, pelas contas o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da CDV, Marco Godinho, não deve demorar muito. “Várias empresas já manifestaram interesse de vir para cá, aguardam apenas o término da elaboração do arcabouço jurídico e administrativo do parque para baterem o martelo”.

Godinho afirma que o parque não foi pensado só para a indústria de óleo e gás, mas o setor deve ser o grande sustentáculo do complexo. “O parque será voltado para tecnologia e inovação de qualquer tipo, mas é claro que a indústria do petróleo e do gás deve ocupar um lugar de destaque. O pré-sal, cheio de necessidades tecnológicas, está na nossa frente e o parque tecnológico do Rio já está lotado. O ideal é fecharmos isso o mais rapidamente possível para não perdermos mais oportunidades”.

Serra e Vila Velha terão projetos

Serra e Vila Velha também terão seus polos de inovação e tecnologia. O serrano será voltado ao setor de petróleo e gás, o canela-verde focará em química e biotecnologia. O projeto da Serra faz parte do Programa Inova Empresa do Ministério da Educação que prevê a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e de 40 polos de inovação em todo o país.

O secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, Jadir Péla, disse que o governo capixaba, por meio do Fundo de Inovação, irá colaborar com a implantação do polo. “Serão espaços dedicados à área de óleo e gás. O Ifes (Instituto Federal do Espírito Santo) está junto no projeto e o polo deve ficar no terreno da unidade deles na Serra. O MEC (Ministério da Educação), nos próximos dias, vai soltar o edital para selecionar o projetos e nós faremos a nossa proposta”.

A expectativa de Péla é que toda essa parte burocrática seja sanada até o início do ano que vem. Além do Ifes, Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e ES em Ação também estão no projeto.

Complexo químico

Com conversas menos adiantadas, mas já andando, está o polo de Vila Velha. Trata-se de um plano tocado por secretaria Ciência e Tecnologia do Estado, UVV, Ifes, Ufes e Prefeitura de Vila Velha. O complexo químico e de biotecnologia ficaria num terreno de 40 mil metros quadrados da Superintendência dos Projetos de Polarização Industrial (Suppin) em Guaranhuns.

“Temos uma proposta, parceiros na academia, agora temos que partir para a atração das empresas. Queremos que esteja viabilizado até o ano que vem, com isso, poderá sair do papel”, explicou Péla.

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